Embora o câncer infanto-juvenil seja uma condição rara (quando comparado com o adulto), ele ainda requer atenção especial de pais e profissionais de saúde. No Brasil, para cada ano de 2023 a 2025, estima-se o diagnóstico de 7.930 novos casos de câncer entre crianças e adolescentes. O que corresponde a um risco estimado de 134,81 casos a cada milhão de jovens. Os dados são do INCA (Instituto Nacional de Câncer) e só reforçam a importância de compreender melhor essa realidade.
O diagnóstico de câncer em um jovem pode ser inesperado e desafiador, mas é fundamental lembrar que os avanços na ciência médica têm trazido tratamentos cada vez mais eficazes e promissores.
Identificar os primeiros sinais da doença é um dos fatores que pode fazer toda a diferença na jornada de tratamento. Sinais de fadiga persistente, febre recorrente e mudanças inexplicáveis no corpo podem ser indicadores sutis, mas significativos. Quando descobertos em fases iniciais, muitos tipos de câncer infanto-juvenil podem ser tratados de forma mais eficiente, proporcionando melhores resultados e mais chances de cura.
Hoje, vamos explorar os tipos mais comuns de câncer que afetam crianças e adolescentes, além de detalhar os principais sintomas que merecem atenção. Estar informado sobre esses aspectos pode contribuir para que os responsáveis ajam rapidamente e busquem o apoio médico necessário o quanto antes. Então, continue conosco até o final.
O que é o câncer infanto-juvenil?
O câncer infanto-juvenil, como o nome sugere, é o tipo de câncer que afeta crianças e adolescentes. Diferente dos tumores que surgem em adultos, as formas de câncer em jovens têm características distintas, muitas vezes relacionadas ao desenvolvimento rápido das células durante essa fase da vida. Isso significa que, embora menos frequente, o câncer infanto-juvenil pode evoluir rapidamente, tornando o diagnóstico precoce essencial.
Entre as diferenças principais, está o fato de que os cânceres em adultos costumam estar mais relacionados a fatores ambientais e ao estilo de vida, como o tabagismo ou a exposição prolongada ao sol. Já no caso das crianças, a origem da doença geralmente está ligada a fatores genéticos e alterações celulares que ocorrem durante o desenvolvimento. Por isso, muitas vezes, não há medidas preventivas claras para este tipo de câncer, o que torna a observação dos sintomas iniciais ainda mais importante.
É importante lembrar que o câncer infanto-juvenil abrange uma série de doenças, cada uma com seus próprios desafios e tratamentos específicos. Desde leucemias, que afetam o sangue, até tumores sólidos, como os que atingem o sistema nervoso central, as manifestações podem ser variadas. No entanto, o fator comum entre elas é a necessidade de agir rapidamente diante dos primeiros sinais.
Tipos mais comuns de câncer infanto-juvenil e seus sintomas
1. Leucemia
Leucemia é o tipo de câncer mais comum entre crianças e adolescentes, correspondendo a cerca de 30% dos casos. Ela afeta o sangue e a medula óssea, que é responsável pela produção de células sanguíneas. Os primeiros sintomas podem incluir, por exemplo, fadiga, palidez, manchas roxas ou sangramentos sem motivo aparente, além de infecções recorrentes. A leucemia, por comprometer o sistema imunológico, torna o corpo mais vulnerável a doenças, por isso o acompanhamento médico é fundamental.
2. Tumores no sistema nervoso central
Os tumores cerebrais e da medula espinhal são o segundo tipo mais comum de câncer infanto-juvenil. Eles podem causar sintomas como dores de cabeça persistentes, vômitos sem explicação, problemas de equilíbrio e alterações na visão. Esses tumores podem afetar o desenvolvimento e as funções neurológicas, por isso é essencial que qualquer sintoma desse tipo seja investigado o quanto antes.
3. Neuroblastoma
O neuroblastoma é um tipo de câncer que se desenvolve a partir de células nervosas imaturas e geralmente se forma nas glândulas adrenais, localizadas acima dos rins. Esse tipo de câncer é mais comum em crianças pequenas, e os sintomas podem variar, incluindo dores abdominais, presença de massas palpáveis no abdômen, perda de peso e fadiga.
4. Linfoma
Existem dois tipos principais de linfoma: o linfoma de Hodgkin e o linfoma não Hodgkin. Ambos afetam o sistema linfático, que é parte do sistema imunológico do corpo. Os sintomas iniciais podem incluir aumento indolor dos gânglios linfáticos, geralmente no pescoço, axilas ou virilha, além de febre persistente, suores noturnos e perda de peso.
5. Sarcomas ósseos
Entre os sarcomas, dois tipos se destacam: o osteossarcoma e o sarcoma de Ewing. Eles afetam os ossos e são mais comuns em adolescentes. O principal sintoma é a dor óssea, que pode ser confundida com dores de crescimento, mas que não desaparece e pode se intensificar com o tempo. Inchaço ou sensibilidade nas áreas afetadas também são sinais a serem observados.
Enfim, cada um desses tipos de câncer tem suas particularidades, tanto em relação ao tratamento quanto ao prognóstico. No entanto, o que não muda é a importância de um diagnóstico precoce. Ao identificar os primeiros sintomas e procurar orientação médica, aumentam-se as chances de um tratamento bem-sucedido.
Importância do acompanhamento médico em casos de câncer infanto-juvenil
Quando se trata de câncer infanto-juvenil, a atenção médica contínua é um dos fatores mais importantes para garantir a saúde e o bem-estar das crianças e adolescentes. Muitas vezes, os sintomas iniciais podem ser sutis e facilmente confundidos com doenças comuns da infância, como resfriados ou fadiga por atividades cotidianas. Por isso, a presença constante de um acompanhamento médico ajuda a identificar rapidamente qualquer sinal que exija uma investigação mais aprofundada.
Os pediatras possuem um papel central nesse processo, pois eles são os primeiros a monitorar o desenvolvimento da criança e reconhecer quando algo foge do padrão esperado. Consultas regulares, mesmo quando não há suspeita de algo mais grave, permitem que os médicos acompanhem o progresso da saúde geral e identifiquem possíveis alterações que podem passar despercebidas no dia a dia da família.
Outro ponto essencial é a confiança entre a família e o profissional de saúde. O apoio médico contínuo não apenas ajuda a identificar possíveis problemas de forma precoce, mas também oferece tranquilidade aos pais, que podem se sentir mais seguros ao saber que seus filhos estão sendo bem cuidados. A comunicação aberta e clara com os médicos permite que todas as dúvidas e preocupações ganhem respostas, garantindo um processo de acompanhamento mais eficaz.
No caso de um diagnóstico de câncer infanto-juvenil, o acompanhamento médico se torna ainda mais vital. Além dos tratamentos que serão necessários, é importante que a criança ou adolescente receba suporte integral durante toda a jornada, para que cada etapa do tratamento seja monitorada de perto e adaptada conforme necessário.
Tratamento e prognóstico do câncer infanto-juvenil
Abordagens de tratamento
O tratamento desta doença pode parecer assustador, mas os avanços na medicina têm proporcionado esperança real para muitas famílias. Cada tipo de câncer exige um plano de tratamento específico, que pode incluir quimioterapia, cirurgia, radioterapia ou até terapias mais modernas, como a imunoterapia (que busca fortalecer o sistema imunológico do paciente, por meio de medicamentos, células dendríticas etc.). Mas a escolha do tratamento depende de diversos fatores, como o tipo de câncer, sua localização e o estágio em que foi diagnosticado.
Independentemente da abordagem, deve-se lembrar que as crianças e adolescentes costumam responder bem aos tratamentos, principalmente quando o diagnóstico é feito precocemente. Isso significa que, quanto mais cedo a doença é detectada, maiores são as chances de recuperação total. Em muitos casos, as crianças conseguem retomar suas atividades diárias após o término do tratamento, levando, então, uma vida saudável e ativa.
O prognóstico
O prognóstico, ou seja, a previsão de como a doença irá evoluir, depende de diversos fatores. O tipo de câncer infanto-juvenil, o estágio em que foi diagnosticado e a resposta do corpo ao tratamento são elementos que influenciam nas chances de cura. Graças às tecnologias médicas avançadas, a taxa de sobrevivência para muitos tipos de câncer infanto-juvenil é bastante positiva. No caso das leucemias, por exemplo, as chances de cura podem ultrapassar 80% em determinados cenários.
Suporte durante o tratamento
Outro aspecto importante é o suporte oferecido durante o tratamento. Além dos cuidados médicos, o acompanhamento psicológico da criança, da família e dos cuidadores pode fazer uma diferença significativa na forma como todos enfrentam essa jornada. O bem-estar emocional é um componente essencial para fortalecer a criança e ajudá-la a lidar melhor com os desafios que o tratamento pode trazer.
Acompanhamento após o tratamento
Mesmo após o término do tratamento, o acompanhamento médico continua sendo fundamental. Consultas de rotina são essenciais para monitorar o estado de saúde geral e garantir que não haja recidivas. Dessa forma, a criança ou adolescente poderá voltar a ter uma rotina normal, cheia de energia e saúde.
Conclusão
Compreender o câncer infanto-juvenil é um passo essencial para garantir que pais, responsáveis e profissionais de saúde possam agir rapidamente ao notar sinais e sintomas que podem indicar a presença da doença. Embora o diagnóstico seja sempre um momento delicado, é importante lembrar que, graças aos avanços medicinais, muitas crianças e adolescentes conseguem superar o câncer e retomar suas vidas com saúde e energia.
Reconhecer os tipos mais comuns, como leucemia e tumores no sistema nervoso central, e estar atento aos sintomas iniciais pode fazer uma grande diferença. Além disso, manter um acompanhamento médico regular e buscar orientação ao perceber algo fora do comum são ações fundamentais para um diagnóstico precoce e um tratamento mais eficaz.
Seja por meio do tratamento adequado, do suporte emocional ou do acompanhamento pós-tratamento, a jornada pode ser desafiadora, mas há esperança e muitas histórias de sucesso. Ao estar bem-informado e atento, você pode ajudar a proteger a saúde dos pequenos, permitindo que eles recebam o cuidado necessário no momento certo.
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