É comum associarem o câncer de mama às mulheres, mas essa doença também pode afetar os homens, ainda que de forma mais rara. Devido à falta de informação e à menor incidência, o câncer de mama em homens é um assunto que muitas vezes passa despercebido. E, infelizmente, isso resulta em diagnósticos tardios e complicações no tratamento. No entanto, é importante lembrar que, assim como nas mulheres, o diagnóstico precoce pode fazer toda a diferença na eficácia dos tratamentos e na chance de cura.
Embora as campanhas de conscientização sejam mais direcionadas ao público feminino, os homens também devem atentar-se aos sinais dessa doença. Nódulos, alterações no mamilo e dor na região do tórax podem ser indicativos de que algo não está certo. Ignorar esses sintomas pode atrasar a procura por um médico e, consequentemente, dificultar o tratamento.
Mais abaixo, vamos explorar os principais aspectos relacionados a este tipo de câncer, incluindo os fatores de risco, sintomas, formas de diagnóstico e as opções de tratamento disponíveis. Abordar esse tema é fundamental para quebrar preconceitos e incentivar que mais homens procurem atendimento médico ao notar qualquer alteração.
Conscientizar-se sobre o câncer de mama em homens é um passo valioso para garantir que essa doença não continue negligenciada. Afinal, o conhecimento e a informação são aliados poderosos na prevenção e no tratamento, ajudando a salvar vidas.
O que é câncer de mama em homens?
O câncer de mama é uma doença que se desenvolve quando as células das glândulas mamárias crescem de forma descontrolada. Apesar de ser muito mais comum em mulheres, os homens também possuem tecido mamário, o que torna possível o surgimento de tumores nessa região.
Embora a raridade do câncer de mama em homens, não se deve ignorá-lo. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), os casos de câncer de mama masculino representam cerca de 1% do total de diagnósticos no Brasil. Ainda assim, em 2020, houve registros de 207 óbitos de homens por essa doença, um dado que reforça a necessidade de conscientização sobre o tema.
Discutem-se minimamente sobre essa condição, o que pode contribuir para diagnósticos mais tardios e uma menor taxa de sobrevivência. Homens tendem a não perceber sinais iniciais da doença, o que retarda a busca por atendimento médico. Além disso, muitos deles não têm conhecimento de que podem desenvolver câncer de mama, o que aumenta o risco de subestimação dos sintomas.
Assim como nas mulheres, o câncer de mama nos homens pode classificar-se em diferentes tipos, dependendo do comportamento das células malignas. O carcinoma ductal invasivo é o mais comum, afetando os ductos que transportam leite, embora nos homens essa função não ocorra. Por mais que a doença possa surgir em qualquer idade, ela é mais comum após os 60 anos, quando o risco de desenvolvimento aumenta significativamente.
Compreender como o câncer de mama se manifesta nos homens contribui para a implementação de medidas preventivas e de detecção precoce. Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de um tratamento bem-sucedido e de recuperação.
Fatores de risco e causas do câncer de mama em homens
O desenvolvimento do câncer de mama masculino está associado a diversos fatores de risco que podem aumentar a probabilidade de seu surgimento. Os principais são:
Histórico familiar e genética
Entre os principais fatores, o histórico familiar tem um papel significativo. Homens que possuem parentes de primeiro grau, como mãe ou irmã, que tiveram câncer de mama, estão mais suscetíveis a desenvolver a doença.
Alterações genéticas, como a mutação nos genes BRCA1 e BRCA2, também elevam consideravelmente esse risco, uma vez que esses genes são responsáveis por controlar o crescimento celular.
Idade
Outro fator relevante é o avanço da idade. A maioria dos casos de câncer de mama em homens ocorre após os 60 anos, sendo que a incidência aumenta à medida que o homem envelhece. Além disso, condições de saúde pré-existentes, como a ginecomastia — que é o aumento anormal das mamas masculinas — podem estar associadas ao risco de desenvolvimento da doença.
Radiação
A exposição à radiação também é um fator de risco conhecido. Homens que foram expostos a radiação, especialmente na região do tórax, seja por tratamentos médicos anteriores ou em ambientes de trabalho, têm mais chances de desenvolver câncer de mama.
Desequilíbrio hormonal
Outro aspecto a ser considerado é o desequilíbrio hormonal. Níveis elevados de estrogênio, em decorrência de certas terapias ou condições como a síndrome de Klinefelter, podem aumentar o risco de câncer de mama em homens. Essa condição genética faz com que o corpo produza níveis mais altos de estrogênio, o que contribui para o desenvolvimento de características femininas, incluindo o aumento do tecido mamário, que pode ser um fator de risco para o câncer de mama.
A obesidade também está ligada ao desequilíbrio hormonal, já que o tecido adiposo pode aumentar os níveis de estrogênio no corpo masculino. Esse aumento hormonal pode estimular o crescimento anormal das células mamárias, elevando as chances de desenvolvimento de tumores malignos.
Alcoolismo e outras condições de saúde
O consumo excessivo de álcool é outro fator que contribui para o câncer de mama em homens. Isso se deve ao fato de que beber em excesso pode causar danos ao fígado, o que prejudica a regulação hormonal e, por consequência, eleva os níveis de estrogênio no organismo.
Por fim, algumas condições de saúde, como a cirrose hepática, também podem estar associadas ao aumento de risco para o câncer de mama. A cirrose compromete o funcionamento do fígado, impactando o equilíbrio hormonal do corpo e contribuindo para um aumento nos níveis de estrogênio.
Sintomas do câncer de mama em homens
Os sintomas deste tipo de câncer podem variar de pessoa para pessoa, mas é importante estar atento aos sinais que indicam a presença da doença. Abaixo estão os principais sintomas:
- Nódulo ou caroço no peito: um dos sintomas mais comuns é o aparecimento de um nódulo firme e indolor na região do peito, geralmente localizado abaixo ou ao redor do mamilo.
- Alterações na pele: mudanças na textura ou na cor da pele sobre a área do peito, como enrugamento, vermelhidão ou descamação.
- Retração do mamilo: o mamilo pode parecer “puxado” para dentro, uma alteração que não deve ser ignorada.
- Secreção no mamilo: em alguns casos, pode haver a presença de secreção clara ou sanguinolenta que sai do mamilo.
- Dor na área do mamilo: embora o câncer de mama em homens geralmente não cause dor, alguns pacientes relatam sensibilidade ou desconforto na área do peito.
- Inchaço nas axilas: o inchaço dos linfonodos na região das axilas também pode ser um sinal de que o câncer de mama se espalhou.
Ao perceber qualquer um desses sintomas, é fundamental buscar orientação médica para uma avaliação detalhada. A detecção precoce do câncer de mama em homens pode fazer toda a diferença no sucesso do tratamento.
Diagnóstico do câncer de mama
O diagnóstico precoce do câncer de mama em homens é vital para aumentar as chances de sucesso no tratamento. No entanto, devido à baixa incidência da doença e à falta de conscientização, muitos homens acabam não buscando atendimento médico logo que surgem os primeiros sintomas. Em contrapartida, quando identificados de maneira rápida, os tratamentos disponíveis têm maior probabilidade de serem eficazes.
Principais tipos de exames
Exame clínico: o primeiro passo para o diagnóstico geralmente envolve uma consulta com um médico, que realizará um exame físico completo. Durante essa consulta, o profissional irá verificar a presença de nódulos, alterações na pele, secreções nos mamilos ou qualquer outro sinal de anormalidade na região mamária. É importante mencionar qualquer histórico familiar de câncer de mama, pois isso pode influenciar a decisão de prosseguir com exames mais específicos.
Mamografia: embora seja mais comum em mulheres, a mamografia também pode ser usada para homens quando há suspeita do câncer. Esse exame de imagem é capaz de detectar anomalias no tecido mamário, como nódulos ou calcificações, que podem indicar a presença de um tumor. No caso de homens, a mamografia é menos frequente, mas igualmente eficaz para identificar sinais suspeitos.
Ultrassom: o ultrassom é outra ferramenta importante no diagnóstico do câncer de mama. Ele complementa a mamografia ao fornecer imagens detalhadas do tecido mamário e dos nódulos presentes, ajudando a diferenciar entre tumores sólidos e cistos, que geralmente são benignos. Utiliza-se também o ultrassom para orientar biópsias, quando necessário.
Biópsia: se um nódulo ou outra alteração for detectada, o médico pode recomendar uma biópsia para confirmar se o tecido é cancerígeno. A biópsia envolve a remoção de uma pequena amostra do tecido mamário para análise laboratorial. Existem diferentes tipos de biópsias, incluindo a biópsia por agulha fina e a biópsia por agulha grossa, ambas eficazes para o diagnóstico do câncer de mama em homens.
Exames laboratoriais: em alguns casos, o médico pode solicitar exames laboratoriais adicionais, como a análise genética, especialmente se houver um histórico familiar de câncer de mama. A identificação de mutações genéticas, como as nos genes BRCA1 e BRCA2, pode ajudar a definir o melhor curso de tratamento.
Tratamentos disponíveis
O tratamento do câncer de mama em homens varia de acordo com o estágio da doença, o tipo de tumor e a condição geral de saúde do paciente. Do mesmo modo como nos casos femininos, as opções de tratamento são bastante abrangentes e envolvem uma combinação de abordagens que podem incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia e terapias hormonais, por exemplo. Sendo assim, a escolha do tratamento é personalizada, levando em consideração as características específicas de cada paciente.
Cirurgia
A cirurgia é uma das formas mais comuns de tratar o câncer de mama em homens, especialmente quando a doença é detectada em seus estágios iniciais. Sobretudo, o procedimento mais realizado é a mastectomia, que consiste na remoção total do tecido mamário afetado, incluindo o tumor.
Dependendo da localização e do avanço do tumor, pode ser necessário remover também os linfonodos próximos, como os localizados nas axilas, para evitar a disseminação da doença. Em alguns casos, pode-se optar por uma cirurgia conservadora, que remove apenas o tumor e uma pequena margem de tecido ao seu redor.
Radioterapia
A radioterapia utiliza radiação para destruir as células cancerígenas que possam ter permanecido após a cirurgia. Aplicam-na diretamente na área afetada para reduzir as chances de recorrência local do câncer. Ao mesmo tempo, nos casos em que considera-se o tumor como inoperável ou muito avançado, é possível utilizar a radioterapia como tratamento principal ou complementar. Geralmente, administra-se o tratamento em sessões ao longo de várias semanas.
Quimioterapia
A quimioterapia é um tratamento sistêmico que utiliza medicamentos para atacar as células cancerígenas em todo o corpo. Há possibilidade da sua recomendação tanto antes quanto após a cirurgia, dependendo da gravidade da doença.
Quando utilizada antes da cirurgia (quimioterapia neoadjuvante), ela pode ajudar a reduzir o tamanho do tumor, facilitando, desse modo, sua remoção. Após a cirurgia (quimioterapia adjuvante), ela atua para eliminar quaisquer células cancerígenas que possam ter se espalhado para outras partes do corpo.
Nos casos de câncer de mama avançado, pode-se utilizar a quimioterapia para controlar a doença e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Terapia hormonal
A terapia hormonal é uma abordagem indicada para tumores que dependem de hormônios para crescer, como aqueles que são positivos para receptores de estrogênio ou progesterona. No câncer de mama em homens, usa-se essa abordagem frequentemente, já que muitos dos tumores possuem sensibilidade ao estrogênio. O tratamento pode incluir medicamentos que bloqueiam a ação do estrogênio nas células cancerígenas, bem como outros remédios que reduzem a produção de hormônios no corpo.
Terapias-alvo
As terapias-alvo são tratamentos que atuam diretamente nas alterações genéticas ou moleculares das células cancerígenas. Para homens com mutações nos genes BRCA1 ou BRCA2, por exemplo, podem indicar-se medicamentos que bloqueiam essas mutações, como os inibidores da PARP. Esse tipo de tratamento é direcionado e busca interferir no crescimento das células tumorais de maneira mais precisa, poupando as células saudáveis ao máximo.
Cuidados paliativos
Nos casos em que o câncer de mama está em estágio avançado e o tratamento curativo não é mais uma opção, os cuidados paliativos entram em ação. Esses cuidados são focados no alívio de sintomas e na melhoria da qualidade de vida do paciente, oferecendo suporte físico, emocional e social.
O câncer de mama em homens é uma condição séria, mas com o avanço dos tratamentos, há muitas opções disponíveis para controlar e, em muitos casos, curar a doença. O plano de tratamento ideal dependerá do diagnóstico individualizado e da resposta do paciente às diferentes terapias.
Prevenção e conscientização do câncer de mama em homens
Por mais que o câncer de mama em homens seja raro, a conscientização sobre a doença é a maior aliada para reduzir os riscos e aumentar as chances de diagnóstico precoce. Não existem formas garantidas de prevenir o câncer de mama, mas adotar hábitos saudáveis pode ajudar a minimizar os fatores de risco.
Manter um peso corporal saudável, evitar o consumo excessivo de álcool e praticar atividades físicas regularmente são atitudes que contribuem para um equilíbrio hormonal, o que pode diminuir a probabilidade de desenvolver a doença. Além disso, homens com histórico familiar de câncer de mama devem considerar exames de rastreamento preventivo e consultar um médico regularmente para avaliar os riscos.
A realização de autoexames também pode ser útil para identificar qualquer anormalidade, como nódulos ou alterações no mamilo, o mais cedo possível. Lembre-se que quanto mais cedo um tumor é detectado, maiores são as chances de sucesso no tratamento.
A conscientização sobre o câncer de mama em homens precisa ser amplamente divulgada. Isso inclui campanhas educativas que visem desmistificar a doença e encorajar os homens a prestarem atenção aos sinais. A falta de informações pode gerar vergonha ou preconceito, retardando a busca por ajuda médica. Falar abertamente sobre o tema pode salvar vidas e melhorar as taxas de detecção precoce.
Em resumo, a prevenção do câncer de mama em homens está diretamente ligada à adoção de hábitos saudáveis e ao conhecimento dos fatores de risco. A conscientização é o primeiro passo para mudar o cenário e garantir que mais homens se atentem aos sinais da doença!
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