Ainda que seja uma doença rara e com poucos casos diagnosticados a cada ano, se comparada a outras doenças no Brasil, a tuberculose ainda é uma grande preocupação da área da saúde e um tanto quanto desconhecida pela maioria das pessoas. Afinal, apesar de conhecerem a doença e entenderam a gravidade de sua evolução e capacidade de contágio, pouco ainda se sabe sobre os principais sintomas, diagnóstico e formas de tratamento.
Conforme a redução dos casos de tuberculose avança, menos é falado sobre a doença. Entretanto, para que tanto a população possa se proteger contra o contágio, como para que o preconceito em relação à doença seja menor, é preciso esclarecer alguns pontos muito importantes relacionados principalmente ao tratamento e recuperação.
Isso porque, por se tratar de uma doença infecciosa, pacientes de tuberculose têm sentido até hoje os reflexos do isolamento e da falta de informação sobre cada estágio da contaminação. Devido à longa duração do tratamento, é preciso que a família, especialmente as pessoas mais próximas, sejam um ponto de apoio e colaborem para uma melhora ainda mais rápida.
Tuberculose: uma das doenças mais antigas de que se tem conhecimento
Conhecida também por “doença do peito”, a tuberculose é uma doença infecciosa altamente contagiosa, causada pela Mycobacterium tuberculosis (bacilo de Koch). Sua ação acontece principalmente nas vias aéreas, o que facilita a transmissão por meio do ar e contato com superfícies infectadas pela bactéria.
Hoje a tuberculose é uma doença menos comum, facilmente diagnosticada pelos sintomas e exames laboratoriais e com um tratamento seguro e efetivo. Entretanto, a doença do peito é uma das mais antigas conhecidas e vitimou um grande número de pacientes no decorrer dos anos, sem que fosse corretamente identificada e tratada.
É muito comum encontrar na literatura a menção à “doença tísica”, forma pela qual era conhecida também a tuberculose. O nome vem de um dos sinais mais característicos da doença: o emagrecimento rápido e aparentemente sem explicação. Outro ponto importante a ser destacado e causa de preocupação para a população é a alta taxa de mortalidade relacionada à doença nos séculos anteriores.
O que precisamos esclarecer, entretanto, é que assim como o conhecimento e domínio dos cientistas e equipe médica sobre os principais aspectos da doença avançam, também avança o tratamento e qualidade de vida dos pacientes.
Como acontece o contágio da doença
Assim como acontece com os casos de gripe ou a Covid-19, por exemplo, a tuberculose também é transmitida por meio do contato com uma pessoa infectada pela bactéria. No entanto, nem todo mundo que foi infectado pelo micro-organismo desenvolverá a doença e evoluirá para um caso mais grave.
Ou seja, em outras palavras, algumas pessoas até possuem a bactéria em seu organismo, porém não transmitem a doença. A transmissão apenas acontece quando o bacilo de Koch se aloja no pulmão e, a partir daí, é disseminado pelo ar por meio de tosses e outras gotículas liberadas do pulmão para o ar. Mesmo quem possui a bactéria alojada em outra parte do corpo, se não há presença no pulmão, a transmissão não acontece.
Também é importante destacar que, ainda que a pessoa seja portadora do micróbio, mas não apresente a evolução da doença imediatamente, isso pode ocorrer mais tarde em situações em que o sistema imunológico e organismo estejam fragilizados. Por exemplo, pacientes com Aids, câncer e outras doenças que comprometam o sistema imunológico estão mais suscetíveis a desenvolver a doença tardiamente, ainda que isso seja raro.
Por isso, é muito importante que o tratamento seja iniciado assim que identificados os primeiros sintomas e confirmada a evolução da doença pelo médico responsável.
Mesmo os pacientes bacilíferos, ou seja, aqueles que eliminam o bacilo de Koch por meio da tosse, não transmitem mais a doença a partir da segunda quinzena após o início do tratamento com os medicamentos recomendados.
Principais sintomas
Grande parte dos doentes são assintomáticos, ou seja, não apresentam os principais sintomas da doença. Quando os sintomas aparecem, geralmente são indicação de uma doença já desenvolvida e que demanda bastante atenção. São eles:
- Tosse contínua por mais de 15 dias (duas semanas);
- Catarro e presença de sangue ao tossir;
- Febre;
- Falta de apetite e emagrecimento;
- Sudorese e cansaço excessivo;
- Dor no peito.
Diagnóstico da tuberculose
Os sintomas são o principal indício da doença, porém a equipe médica deverá solicitar exames complementares que comprovem a presença do bacilo de Koch e a confirmem a tuberculose. Dentre os exames mais comuns podemos citar a análise do catarro do paciente suspeito e o raio-x do pulmão.
Em alguns casos, o médico também poderá solicitar o teste de Mantoux e uma biópsia pulmonar, os quais devem ser realizados o mais rápido possível e já mantendo o isolamento social.
Tratamento
O tratamento da tuberculose é um dos mais longos e dura pelo menos seis meses, podendo ser estendido sob orientação e prescrição médica. Nos três primeiros meses o paciente deve tomar três medicamentos simultaneamente: isoniazida, pirazinamida e rifamicina. O uso dos medicamentos não deve ser suspenso sob risco de comprometer todo o tratamento e permitir que o paciente continue transmitindo a doença.
Após o término do primeiro trimestre, o paciente pode suspender o uso da pirazinamida e continuar o tratamento apenas com os outros dois medicamentos.
Todo o tratamento é oferecido gratuitamente pelo SUS, desde os exames, acompanhamento médico e oferta dos medicamentos.
Principais formas de se prevenir contra a tuberculose
Por ser uma doença transmitida pelo ar, a prevenção contra a tuberculose segue as mesmas recomendações de outras doenças respiratórias.
- Vacine as crianças com a BCG (Bacillus Calmette-Guérin);
- Evite locais fechados e sem circulação de ar;
- Evite contato com pessoas diagnosticadas que estejam no início da doença e ainda não tenham ultrapassado as primeiras semanas de tratamento;
- Use máscaras caso esteja em contato com um paciente que ainda esteja em fase de transmissão.
Ofereça informações e apoio
Manter-se informado é sempre a atitude mais consciente. Entender e compreender as principais características da doença, assim como seus sintomas, meios de transmissão e tratamento evita o preconceito e auxilia na formação de uma rede de apoio fundamental para a plena recuperação dos pacientes da doença.
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