Você sabia que, ainda que as mulheres procurem assistência médica com maior regularidade e realizem os exames preventivos frequentemente, esse grupo é o mais afetado por uma série de doenças? Especialmente as doenças autoimunes e ligadas ao sistema reprodutor feminino. Por isso, a saúde da mulher é um assunto que precisa ser constantemente colocado em pauta.
Quando falamos sobre saúde da mulher, é comum associarmos o conceito apenas à saúde física e mental. Entretanto, em um cenário social, falar sobre a saúde da mulher envolve muito mais do que apenas o combate às doenças, mas também o bem-estar, a integração da mulher na sociedade e políticas públicas que atentem à importância do autocuidado.
De acordo com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), as mulheres chegam a trabalhar até 7,5 horas a mais do que os homens semanalmente. Esse dado é justificado pela jornada dupla, ou seja, a rotina das mulheres dividida entre o trabalho assalariado e o trabalho doméstico. Vendo por este ponto de vista, é mais fácil de entender o motivo de algumas mulheres deixarem a saúde e o bem-estar em segundo plano.
Entretanto, com a saúde física e mental comprometida, a realização das demais tarefas do dia a dia, mesmo aquelas mais simples, fica bem mais complicada. Por isso, é possível perceber o aumento assustador nos casos de depressão entre mulheres, muitas vezes associados a outros problemas de saúde.
As mulheres estão, de fato, bem longe de serem consideradas o sexo frágil. No entanto, alguns cuidados especiais são necessários para garantir uma vida mais saudável e equilibrada. Afinal, o autocuidado é um ato de amor.
Quer saber mais sobre os principais cuidados com a saúde da mulher? Então confira abaixo!
Dicas de cuidados com a saúde da mulher
O autocuidado é o primeiro passo para uma vida mais saudável, em todas as etapas. Isso porque a atenção aos hábitos mais simples do dia a dia, conhecer o próprio corpo, identificar aqueles sinais que seu organismo dá e procurar ajuda profissional sempre que necessário são aqueles pequenos detalhes que fazem toda a diferença em um diagnóstico médico e na prevenção de várias doenças.
Seja por questões hormonais, psicológicas ou mesmo hereditárias, também relacionadas à anatomia do corpo feminino, a questão é que as mulheres têm mais chances de desenvolver e contrair uma série de doenças. Em um exemplo bem simples, mulheres têm 40% mais chances de apresentar transtornos mentais, de acordo com a Universidade de Oxford, e uma probabilidade 50% maior de sofrer um infarto, segundo o Hospital do Coração.
Então, os cuidados básicos devem ser redobrados!
Enquanto que as doenças contagiosas, podem ser evitadas com mais facilidade, as doenças hereditárias ou genéticas podem causar grande preocupação. Isso porque o seu desenvolvimento não está diretamente ligado à contaminação por micro-organismos, mas a uma predisposição do organismo. Nesses casos, a prevenção é sempre a opção mais segura e efetiva.
Principais formas de prevenção
Mesmo para aquelas pessoas que apresentam predisposição genética para o desenvolvimento de algumas doenças, inclusive as doenças hereditárias, uma rotina mais saudável, disciplinada e equilibrada é a chave para a prevenção. E nenhum desses cuidados foge do que já é recomendado por todos os médicos e demais profissionais da saúde em qualquer fase da vida.
Sono de qualidade
Ao contrário do que muitos pensam, a qualidade do sono não está ligada a quantidade de horas dormidas por dia, mas sim nas condições do sono. Ou seja, ainda que uma pessoa durma por 12 horas seguidas, se estiver em um ambiente barulhento, muito iluminado ou em temperatura inadequada, o corpo não descansará como deveria.
E quando o corpo não descansa e o sono não é efetivo, todas as reações químicas e transformações, que acontecem em nosso corpo quando dormimos, são prejudicadas. Para exemplificar, podemos citar a produção dos hormônios, a cicatrização (ou formação de tecidos), a digestão e a própria memória.
Pessoas que dormem conforme as recomendações dos especialistas vivem mais felizes, têm menos chances de desenvolver transtornos mentais, têm uma boa capacidade cognitiva, assim como uma boa imunidade e mais resistência física.
Hidratação
O corpo humano tem 70% do seu volume composto por água. Portanto é indiscutível a importância da água para o funcionamento total dos nossos sistemas, afinal, a maior parte das funções de todos os nossos sistemas depende da quantidade de água consumida, a começar pela eliminação de toxinas prejudiciais e a digestão.
A saúde do nosso sangue, a absorção de nutrientes, o funcionamento do cérebro e até mesmo o controle da temperatura corporal dependem da água. Então já dá para imaginar o tamanho do problema de um corpo desidratado, não é?
Entretanto, afirmar que um corpo desidratado é um corpo que “sente a falta da água” é muito perigoso. Isso porque o consumo de água deve ser natural e contínuo, essa sensação de “sede” ou mesmo os primeiros sinais da desidratação significam que o organismo já está acendendo a luz de alerta para todos os nossos sentidos. Nesse ponto a desidratação já acontece.
Por isso, não deixe para consumir água apenas quando sentir vontade. É fundamental garantir que o consumo esteja de acordo com a quantidade recomendada para cada idade, gênero biológico e peso.
Se você costuma sentir dores de cabeça frequentes, cansaço excessivo e percebeu que a aparência da pele, unhas e cabelos está estranha, então é possível que esteja sofrendo com a desidratação.
Alimentação equilibrada
“Somos aquilo que comemos”. Há um fundo de verdade nesse ditado, afinal, nosso corpo tem como principal combustível todos os nutrientes, vitaminas e minerais consumidos diariamente. Sem alimento o corpo humano para de funcionar em um curto período de tempo. No entanto, é preciso também prestar muita atenção àquilo que é consumido.
Isso porque, da mesma forma que os nutrientes atuam no organismo, outros elementos químicos não tão bons também podem prejudicar gravemente a saúde da mulher. Esses elementos são frequentemente encontrados em alguns produtos industrializados, assim como outros processos e embutidos.
O ideal é que todos tivessem acesso a alimentação mais natural possível. Porém, sabemos que essa não é a realidade da grande maioria das pessoas, seja pelo custo desses alimentos e pela rotina cada vez mais corrida. Nesses casos, recomendamos uma atenção bem especial aos rótulos dos alimentos, assim como os métodos de preparo, armazenagem e hábitos de consumo.
E mesmo nos casos de alimentos que, em pequenas quantidades são inofensivos, é preciso se atentar a quantidade consumida. Afinal, não há problema algum em comer um lanche mais gorduroso no final de semana com os amigos ou devorar a sua pizza favorita de vez em quando, mas tudo em excesso faz mal.
Se possível, procure um profissional da área de nutrição e solicite um plano alimentar personalizado.
Prática de exercícios físicos
As vantagens e os benefícios da prática de exercícios físicos são inúmeros e, por isso, essa é uma recomendação de todos os profissionais da saúde. Entretanto, infelizmente, enquanto uma parte da população deixa a atividade física sempre em segundo plano, outra parcela enxerga os exercícios apenas como um meio de alcançar um padrão estético.
Exatamente por esse motivo, muita gente desiste logo nos primeiros meses, por não observar os “resultados”. Porém, o que acontece com o corpo humano durante a prática da atividade física vai muito além do que podemos enxergar na forma física. Isso porque nosso corpo é uma máquina muito inteligente e que tem como prioridade a sobrevivência, então enquanto esperamos a redução da gordura concentrada no abdômen, o corpo aproveita o exercício físico para eliminar a gordura acumulada nos órgãos vitais.
A boa forma física, a musculatura evidenciada e o emagrecimento são apenas consequências de um corpo mais saudável e resistente. Na verdade, dentre as principais vantagens dos exercícios físicos deveriam ser destacadas a melhora na capacidade respiratória, a melhor circulação do sangue, o equilíbrio hormonal, a aceleração do metabolismo, o fortalecimento muscular, o aumento da imunidade, o controle emocional etc.
Em sua grande maioria, reações que não podem ser observadas com tanta clareza no início, mas que refletem no bem-estar geral e, claro, na aparência física a longo prazo.
Exames preventivos e tratamento médico
Ainda que a mulher tenha uma rotina saudável e equilibrada, a realização dos exames preventivos é indispensável. A frequência, assim como a recomendação de quais exames realizar, varia de acordo com a idade e o quadro clínico, portanto é fundamental ter um acompanhamento médico e aprender a identificar os sinais do próprio corpo.
Para as mulheres em idade adulta os exames mais recomendados são:
- Exames de sangue, exame parasitológico (EPF) e exame de elementos anormais do sedimento (EAS);
- Papanicolau (acima de 25 anos e para mulheres que já tiveram relação sexual);
- Eletrocardiograma;
- Eletroencefalograma (EEG), se necessário;
- Ultrassom abdominal total;
- Ultrassom transvaginal;
- Mamografia, geralmente a partir dos 40 anos;
- Densitometria óssea.
Outros exames podem ser solicitados pela equipe médica responsável, com o objetivo de identificar precocemente doenças ou outros distúrbios. Alguns dos exames citados acima devem ser realizados mesmo sem que a mulher apresente qualquer sintoma, uma vez que determinadas doenças podem se desenvolver sem qualquer alteração perceptível e apresentar sinais apenas no estágio mais avançado.
Caso seja identificada alguma anomalia, o médico avaliará o caso e recomendará o melhor tratamento, por vezes fazendo uso de medicamentos específicos para cada caso.
Gostou do nosso conteúdo? Então leia também: Câncer de mama: o que é, diagnóstico e tratamentos
Fique Conectado