A maternidade tardia pode ser um desafio para muitas mulheres ao redor do mundo. E por mais surpreendente que seja, o motivo não está relacionado à saúde da mulher ou até às condições psicológicas e financeiras. O maior desafio está na combinação de fatores sociais, culturais e pessoais, que reforçam estereótipos e promovem julgamentos.
Se você é mulher, provavelmente já ouviu diversas vezes comentários como “você pensa em ter filhos?”, “mas quantos anos você tem?”, “vai esperar até quando?”, “sabe que ter filhos tarde pode causar um monte de problemas, né?” ou “já não passou da hora de engravidar?”. Se você for homem, saiba que sua esposa, mãe, irmã ou filha provavelmente já ouviu alguma dessas frases inconvenientes (e mais de uma vez).
Isso infelizmente acontece, principalmente, devido à falta de conhecimento e a disseminação de informações equivocadas sobre o assunto. A falta de informação torna a sociedade frágil e alimenta o preconceito e discriminação. Por isso, é muito importante buscar dados de fontes seguras e compreender o que diz a comunidade médica.
Neste conteúdo, trouxemos o conceito de maternidade tardia, as principais preocupações com a gestação, dicas para se preparar e como lidar com a nova rotina. Quer saber mais? Então confira!
Gravidez após os 35 anos: dicas e orientações para a maternidade tardia
É chamada maternidade tardia a gravidez confirmada após os 35 anos de idade da mulher. E o termo tardia não tem a ver com “o tempo certo”, mas sim com a ideia de que a época ideal para engravidar esteja no ápice do período fértil, entre os 20 e 35 anos. Por isso, qualquer gravidez muito depois do “tempo limite” pode parecer arriscada.
É cientificamente comprovado o declínio na fertilidade feminina a partir dos 35 anos, isso porque, diferentemente dos homens, as mulheres não produzem novos óvulos, uma vez que já nascem com a quantidade que terão pelo resto da vida. Esses óvulos, que acompanham as mulheres desde o nascimento, passam pela maturidade e envelhecem com o passar do tempo, tendo sua qualidade afetada especialmente a partir dos 35 anos.
Da mesma forma, o corpo da mulher sofre uma série de alterações durante a gestação e, quanto mais jovem (a partir do início da idade fértil), mais fácil será a adaptação e a recuperação tanto na gravidez como após o nascimento do bebê. Podemos até dizer que entre os 20 e 35 anos está a idade biologicamente recomendada para que a mulher engravide.
Entretanto, isso não significa que toda gestão depois dos 35 anos oferecerá riscos à criança e à mãe, ou que seja inadequado engravidar com idade mais avançada. Com o avanço da ciência e novas tecnologias sendo aplicadas ao desenvolvimento da medicina, desde que tenha um acompanhamento próximo e especializado, tanto a mamãe quanto seus familiares podem se sentir muito seguros e tranquilos durante a gestação.
Quais são os riscos da maternidade tardia?
Se você está esperando o tempo certo para engravidar, mas já se aproxima dos 35 anos, isso não deve ser um impedimento para desistir do seu sonho. Porém, é preciso lembrar que, a partir dessa idade, as chances de engravidar podem ser reduzidas e os riscos de infertilidade aumentam consideravelmente.
Por isso, se ainda não chegou a hora, mas você pretende tentar em breve, é muito importante procurar assistência médica e entender o que muda na sua rotina, alimentação e hábitos desse momento em diante. Afinal, há uma série de tratamentos muito eficazes para infertilidade, e compreender seu quadro clínico é essencial.
Complicações durante a gravidez
O principal fator de risco de complicações durante a gravidez é a maior probabilidade de desenvolvimento de doenças crônicas (diabetes, hipertensão arterial etc.) em mulheres acima dos 40 anos. Por isso, é mais comum o diagnóstico de gestacional, pré-eclâmpsia e restrição de crescimento fetal durante a gestão nessa idade.
Os casos de parto prematuro e infecções também são mais frequentes em mulheres que engravidam após os 35 anos, devido ao sistema imunológico mais fragilizado.
Risco de anomalias cromossômicas
Chamamos de anomalias cromossômicas condições em que há alterações no número ou na estrutura dos cromossomos. São os casos da síndrome de Down, síndrome de Edwards e síndrome de Patau. A maior probabilidade desse quadro clínico em gestações tardias tem como razão a dificuldade em realizar a divisão celular de forma precisa, erros na distribuição dos cromossomos durante a formação do óvulo e a perda da capacidade do corpo de reparar danos no DNA.
No entanto, as anomalias cromossômicas podem ser identificadas logo nos primeiros exames durante a gestão e permitem à mamãe o acompanhamento necessário. É importante ressaltar também que a maioria dos bebês gerados após os 35 anos não apresentam esse quadro clínico.
Aborto espontâneo
Com o envelhecimento, os riscos de aborto espontâneo aumentam consideravelmente. Isso porque, além dos problemas de saúde mais frequentes nessa idade (como miomas, por exemplo), há também uma diminuição da resposta hormonal, o que pode dificultar a implantação do embrião e comprometer o desenvolvimento do feto.
Portanto, logo nos primeiros meses todo cuidado é necessário para garantir que nenhum fator externo contribua para aumentar os riscos da interrupção da gestação.
Como se preparar para a maternidade tardia?
A chegada de um bebê sonhado é sempre uma alegria em qualquer momento da vida! Por isso, se você está se preparando para a gestação ou recebeu a notícia positiva, curta e aproveite muito cada etapa. E não se esqueça, os cuidados devem ser redobrados nessa fase e, claro, o acompanhamento médico especializado é indispensável.
Não apenas para as mamães acima dos 35 anos, mas para qualquer gravidez, é muito importante adaptar à rotina, a alimentação e os hábitos às novas necessidades do corpo, da mente e, claro, do bebê que cresce dentro da barriga. Ainda que tudo siga normalmente no trabalho e nos estudos, é preciso pegar leve nas tarefas e reduzir ao máximo a carga de estresse.
Priorizar as boas noites de sono, alimentos mais saudáveis e a prática de exercícios físicos (recomendados pelo médico, não se esqueça!) são os primeiros passos.
E não hesite em filtrar os comentários e opiniões que receberá durante toda essa fase. Na dúvida, busque informações seguras em fontes confiáveis e, de preferência, converse com sua equipe médica.
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