Desde a última pandemia causada pela Covid-19, a imunização se tornou um dos principais tópicos de discussão na comunidade médica e uma preocupação de grande parte da população mundial. Entretanto, as campanhas de vacinação já alertavam, bem antes dos primeiros casos da doença, sobre a importância de receber todas as doses das vacinas próprias para cada idade e etapa da vida.
A imunização é tão importante para a garantia do bem comum que diversas instituições, públicas e privadas, exigem a apresentação dos comprovantes de vacinação para a matrícula ou contratação. E o motivo é bem simples: foi por meio do processo de imunização que diversas doenças são hoje consideradas erradicadas ou têm sido mantidas sob controle através dos séculos.
Por isso, visando o bem-estar da população e as políticas de saúde pública, de acordo com o Programa Nacional de Imunizações (PNI), promovido pelo Ministério da Saúde, algumas vacinas são obrigatórias. Essa obrigatoriedade, ainda que contrarie um pequeno grupo de pessoas, prevê a redução do risco de disseminação de doenças e redução dos quadros clínicos graves, que podem sobrecarregar os sistemas de saúde.
Quer entender melhor sobre como funciona a imunização, quem deve ser imunizado e por quê? Então confira abaixo o que dizem os especialistas no assunto.
A importância da imunização: o papel crucial das vacinas na prevenção de doenças e na promoção da saúde para todos
Nos últimos anos fomos testemunhas de uma das maiores pandemias do último século, entretanto, apesar do grande número de mortes causadas pela Covid-19, essa não foi a maior pandemia que se tem registro na história da humanidade. A pandemia causada pela varíola, por exemplo, foi responsável por cerca de 500 milhões de mortes em seus últimos 100 anos, de acordo com publicação da National Geographic Brasil.
Em 1980, no entanto, a OMS afirmou a erradicação da varíola em todos os lugares do mundo, grande notícia essa possível apenas pelos incessantes esforços da comunidade médica a favor da vacinação contra a doença. A vacina contra a varíola foi criada no século XVIII, por Edward Jenner, e é considerada a primeira vacina aplicada em toda a história.
Graças ao avanço da ciência, investimentos em pesquisa científica e aos profissionais que se dedicam aos estudos sobre os mais diversos tratamentos, diversas outras doenças foram contidas com o desenvolvimento de vacinas. Portanto, a imunização desde a infância até a vida adulta é imprescindível para a redução da disseminação de doenças infecciosas e contribuir para a imunidade coletiva.
Quais são as vacinas obrigatórias no Brasil?
- BCG (Bacilo Calmette-Guérin): prevenção da tuberculose em recém-nascidos.
- Hepatite B: recém-nascidos e todas as demais faixas etárias.
- Pentavalente: proteção contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b em crianças.
- Poliomielite: gotinhas para proteção contra a paralisia infantil.
- Tríplice viral: prevenção de sarampo, caxumba e rubéola.
- Hepatite A: crianças a partir de 15 meses de idade.
- Tetra viral ou tríplice viral + varicela: prevenção de sarampo, caxumba, rubéola e varicela.
Observação: a vacina contra a febre amarela não é obrigatória a todos, porém pode ser exigida em áreas de risco e obrigatória para viagens para áreas endêmicas.
Quais vacinas devem ser aplicadas em cada faixa etária?
As vacinas podem ser recomendadas tanto pela faixa etária, quanto pelo grupo ou área de risco, quadro clínico, situações de pandemia ou outros motivos identificados pelos profissionais da saúde. Essa recomendação e até a obrigatoriedade também devem variar de acordo com a localização geográfica e cultura do local.
Entretanto, podemos destacar, de forma geral:
Para crianças entre 0 e 2 meses:
- BCG;
- Hepatite B;
Crianças entre 2 meses e 10 anos:
- Pentavalente;
- Poliomielite;
- Pneumocócica conjugada;
- Meningocócica C conjugada;
- Rotavírus humano;
- Tríplice viral;
- Varicela;
- Hepatite A;
- Febre amarela.
Adolescentes entre 11 e 19 anos:
- Tríplice bacteriana acelular do tipo adulto (dTpa);
- Meningocócica ACWY;
- HPV.
Adultos acima de 20 anos:
- Febre amarela;
- Hepatite B;
- Tríplice viral;
- Dupla adulto (dT).
Idosos acima de 60 anos:
- Influenza;
- Pneumocócica.
Por que crianças e adultos devem ser imunizados?
O principal ponto relacionado à imunização é a prevenção contra doenças. Por isso, é importante compreender que a vacina não funciona como um tratamento, uma vez que a pessoa já esteja doente, mas evita a infecção e o desenvolvimento. No caso das vacinas contra a gripe, não necessariamente a vacina será capaz de evitar uma infecção, mas reduzirá muito as chances de contaminação e preparará o sistema imunológico para reagir aos vírus.
Assim como os vírus responsáveis pela gripe, alguns micro-organismos sofrem mutação no decorrer do tempo e, por este motivo, é importante que haja dose de reforço.
Alguns grupos de pessoas, especialmente os bebês, idosos e pessoas que apresentam comorbidades, devem ser priorizadas em campanhas de vacinação. Isso porque, devido às doenças ou pelas condições do organismo em cada etapa, seus sistemas imunológicos podem estar enfraquecidos, o que agrava os sintomas e desenvolvimento das doenças.
Efeito rebanho
Quando falamos sobre vacinação, também é muito importante destacarmos o efeito rebanho. Afinal, esse fenômeno é também responsável pela desaceleração da disseminação dos agentes infecciosos e redução nos custos com a saúde pública. Isso acontece quando uma parte da população já está imunizada contra a doença e, por este motivo, não contraem e transmitem a doença.
A vacinação é segura e uma força eficaz do combate a doenças
Antes que uma vacina seja disponibilizada para aplicações, há uma série de estudos, pesquisas e testes que comprovam sua segurança e eficácia. Por isso, não se preocupe! A vacina contribuirá para a imunização e apenas isso! Notícias de doenças causadas por vacinas ou outros problemas de saúde são, em sua grande maioria, incorretas e causam alarme desnecessário na população.
Por isso, em caso de dúvidas, converse com seu médico e busque fontes de informação confiáveis.
Todas as vacinas obrigatórias e altamente recomendadas estão disponíveis para aplicação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) mediante a apresentação da documentação solicitada e cadastro.
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