O câncer de cabeça e pescoço é responsável por cerca de 3% de todos os tipos de câncer. Isso significa que ele afeta aproximadamente 700.000 pessoas em todo o mundo a cada ano. Embora esse tipo de câncer possa parecer alarmante, a detecção precoce e o tratamento adequado podem aumentar significativamente as chances de cura e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Primeiramente, conhecer os sinais e sintomas iniciais é essencial para identificar a doença em seus estágios iniciais, quando as opções de tratamento são mais eficazes. Além disso, entender o processo de diagnóstico pode ajudar a reduzir a ansiedade e o medo associados a essa condição.
Por isso, neste artigo, vamos explorar o que é o câncer de cabeça e pescoço, os principais sinais e sintomas que você deve observar, e como os profissionais de saúde realizam o diagnóstico. Continue lendo para se informar e descobrir como a prevenção e a detecção precoce podem fazer toda a diferença.
Saiba que identificar os sinais precocemente pode salvar vidas. Isso porque, quanto mais cedo se descobre a doença, mais aumentam as chances de sucesso no tratamento. O que pode significar a diferença entre um procedimento menos invasivo e um mais agressivo. Vamos juntos entender mais sobre essa condição, aprender a reconhecer os sinais de alerta e saber quais são os próximos passos para um diagnóstico preciso.
Mas o que é o câncer de cabeça e pescoço?
O câncer de cabeça e pescoço é uma denominação genérica para vários tipos de câncer que se desenvolvem em diferentes áreas dessa região, incluindo boca, língua, palato mole e duro (popularmente chamado de “céu da boca”), gengivas, bochechas, amígdalas, faringe, laringe, esôfago, tireoide, seios paranasais, fossas nasais e glândulas salivares. Esse grupo de cânceres é o sexto tipo mais comum no mundo. Entretanto, infelizmente, recebe menos de 2% do financiamento para pesquisa.
Definição e tipos
Os cânceres de cabeça e pescoço classificam-se com base na área de origem:
- Câncer oral: inclui câncer nos lábios, língua, gengivas, bochechas, céu da boca e assoalho da boca.
- Câncer de laringe e hipofaringe: afeta a laringe (caixa vocal) e a hipofaringe, a área logo abaixo da garganta.
- Câncer de faringe: indica câncer da nasofaringe (parte superior da garganta atrás do nariz), orofaringe (parte do meio da garganta, incluindo a parte de trás da boca, amígdalas e base da língua) e hipofaringe.
- Câncer nasal e de seios paranasais: impacta as cavidades nasais e os seios paranasais, espaços ocos nos ossos ao redor do nariz.
- Câncer de glândulas salivares: ocorre nas glândulas que produzem saliva, localizadas nas laterais do rosto, embaixo da língua e na parte frontal da mandíbula.
Epidemiologia
A Federação Internacional de Sociedades de Oncologia de Cabeça e Pescoço declarou 27 de julho como o Dia Mundial do Câncer de Cabeça e Pescoço, destacando a necessidade de maior atenção e controle efetivo para esses tipos de câncer. Anualmente, como já citado, cerca de 700.000 novos casos são diagnosticados no mundo. Enquanto isso, no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) e a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP) são registrados aproximadamente 43.000 novos casos a cada ano. Infelizmente, cerca de 60% dos diagnósticos ocorrem em estágio avançado, o que impacta negativamente a sobrevida dos pacientes.
Fatores de risco
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de cabeça e pescoço incluem:
- Tabagismo: o ato de fumar cigarros, charutos ou cachimbos aumenta significativamente o risco de desenvolver câncer de laringe. Dados apontam que 97% dos casos de câncer nessa região são causados pelo tabagismo.
- Consumo excessivo de álcool: o consumo descontrolado e regular de álcool, especialmente quando combinado com o tabagismo, aumenta em cinco vezes o risco de câncer de cabeça e pescoço.
- Infecção pelo HPV: o papilomavírus humano (HPV), especialmente o tipo 16, está associado a um número crescente de casos de câncer de orofaringe.
- Exposição ocupacional: trabalhadores expostos a substâncias bem como amianto, pó de madeira e certos produtos químicos podem ter um risco aumentado de desenvolver câncer de cabeça e pescoço.
- Má higiene oral e nutrição: falta de higiene oral e uma dieta pobre em alimentos de hortifruti, principalmente aqueles com alto teor de vitamina C, também são fatores que podem contribuir para o risco.
Importância da detecção precoce
Antes de mais nada, os tumores malignos de cabeça e pescoço representam 3% de todos os cânceres e são o quinto mais comum entre os homens no Brasil, causando cerca de 10.000 mortes anuais. Entretanto, a boa notícia é que, segundo a SBCCP, se diagnosticado precocemente, a chance de cura pode chegar a 90%.
Diversos serviços de cirurgia de cabeça e pescoço no país, indicam que o diagnóstico e o tratamento iniciais resultam em uma taxa de cura em torno de 90%. Por exemplo, para o câncer de tireoide, especialmente em jovens, a taxa de cura pode alcançar 95% e o câncer de boca (cavidade oral) tem uma taxa de cura de até 80%.
No caso do câncer de laringe, a taxa de cura para casos iniciais supera 80% e em 70% desses casos, pode-se preservar a laringe integralmente. Cânceres de pele, como, por exemplo, o carcinoma basocelular (CBC) e o carcinoma espinocelular (CEC), também têm uma alta taxa de cura de 90%, se detectados rapidamente.
Excelente notícia, não é mesmo? No próximo segmento, detalharemos os sinais e sintomas a serem observados, além dos métodos de diagnóstico utilizados pelos profissionais de saúde.
Sinais e sintomas
O câncer de cabeça e pescoço pode se manifestar de várias maneiras, dependendo da localização específica do tumor. Devido a isso, é sempre muito importante estar atento aos seguintes sinais e sintomas:
1. Câncer oral:
- Feridas na boca que não cicatrizam;
- Manchas brancas ou vermelhas nas gengivas, língua ou revestimento da boca;
- Inchaço na mandíbula;
- Dificuldade ou dor ao mastigar ou engolir;
- Sangramento inexplicável na boca.
2. Câncer de laringe e hipofaringe:
- Rouquidão ou mudanças na voz que não melhoram;
- Dor ou dificuldade ao engolir;
- Dor de ouvido persistente;
- Inchaço ou caroços no pescoço;
- Sensação de algo preso na garganta.
3. Câncer de faringe:
- Dor de garganta persistente;
- Dificuldade para respirar ou falar;
- Perda de peso inexplicável;
- Tosse constante, às vezes com sangue;
- Nódulos no pescoço ou garganta.
4. Câncer nasal e de seios paranasais:
- Congestão nasal persistente;
- Sangramentos nasais frequentes;
- Dor ou inchaço no rosto;
- Diminuição ou perda do olfato;
- Secreção nasal anormal, especialmente se apenas em um lado.
5. Câncer de glândulas salivares:
- Inchaço sob o queixo ou ao redor da mandíbula;
- Dormência em parte do rosto;
- Dor persistente no rosto, queixo ou pescoço;
- Dificuldade ao abrir a boca completamente;
- Assimetria facial (um lado do rosto parece diferente do outro).
Importância da atenção aos sintomas
Prestar atenção aos sintomas iniciais faz toda a diferença para um diagnóstico precoce e um tratamento eficaz do câncer de cabeça e pescoço. Muitas vezes, os sinais desta condição podem ser confundidos com outras doenças menos graves, o que pode atrasar o diagnóstico. Por isso, qualquer sintoma persistente ou anormal deve ser avaliado por um profissional de saúde sem demora.
Leve sempre em consideração que, bem como já evidenciado em seções anteriores, a detecção precoce aumenta significativamente as chances de sucesso no tratamento e pode evitar a necessidade de procedimentos mais invasivos. Além do mais, ignorar os sinais de alerta pode levar ao diagnóstico tardio, quando a doença já está em um estágio mais avançado e as opções de tratamento são mais limitadas. Portanto, fique sempre atento aos sintomas e procure ajuda médica ao notar qualquer mudança fora do comum.
Diagnóstico do câncer de cabeça e pescoço
Exames e procedimentos
O diagnóstico do câncer de cabeça e pescoço começa com uma abordagem abrangente para garantir uma identificação precisa da doença. Primeiramente, o processo inclui exames físicos detalhados e a coleta de um histórico médico completo. Durante o exame físico, o médico avaliará a presença de nódulos, inchaços ou outras anormalidades na cabeça e no pescoço. Além disso, uma revisão cuidadosa do histórico médico do paciente é realizada para identificar fatores de risco, bem como tabagismo, consumo de álcool, exposição a substâncias nocivas e infecções por HPV.
Além do exame físico, exames de imagem são realizados para obter uma visão detalhada das áreas afetadas. Por exemplo, tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM) e tomografia por emissão de pósitrons (PET scan) são métodos frequentemente utilizados. Assim, esses exames permitem visualizar a localização exata do tumor, sua extensão e se houve disseminação para linfonodos ou outras partes do corpo.
Biópsia e exames laboratoriais
Depois dos exames iniciais, a confirmação do diagnóstico de câncer de cabeça e pescoço requer a realização de uma biópsia. Ela é extremamente fundamental porque permite a análise direta do tecido suspeito. Porém, existem várias técnicas de biópsia, cada uma adequada para diferentes situações e locais do tumor.
Por exemplo, a biópsia por aspiração com agulha fina (PAAF) coleta células da área suspeita. Este método é menos invasivo e pode realizar-se com rapidez. Já a biópsia incisional envolve a remoção de uma pequena parte do tecido suspeito para exame microscópico detalhado. Em casos em que é necessária uma avaliação mais abrangente, a biópsia excisional pode ser realizada, onde o tumor ou parte significativa dele é removido para análise. Após a coleta, o tecido é enviado ao laboratório para, enfim, determinar a presença de células cancerígenas e identificar o tipo específico de câncer.
Critérios para o diagnóstico
Com todos os dados coletados, os médicos utilizam uma combinação dos resultados do exame físico, histórico médico, exames de imagem e biópsias para estabelecer um diagnóstico preciso. Esta etapa define qual plano de tratamento seguir.
Adicionalmente, ainda se faz a definição do estágio do câncer, conhecida como estadiamento. O estadiamento considera o tamanho do tumor (T), se ele se espalhou para linfonodos próximos (N) e se há metástases em outras partes do corpo (M).
Ademais, com um diagnóstico preciso, os médicos podem elaborar um plano de tratamento personalizado. Isso porque, existem várias maneiras para seguir tratando o câncer. As opções de tratamento incluem cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou uma combinação desses métodos, mas falaremos mais deles adiante.
Por enquanto, o importante é evidenciar que um diagnóstico bem estabelecido aumenta as chances de sucesso no tratamento e minimiza os efeitos colaterais, permitindo, desse modo, que os pacientes iniciem rapidamente o tratamento adequado, melhorando suas chances de cura e qualidade de vida.
Ou seja, com estas informações, é possível compreender melhor a complexidade do diagnóstico do câncer de cabeça e pescoço e a importância de um processo diagnóstico detalhado e preciso para o sucesso no tratamento.
Tratamentos para o câncer de cabeça e pescoço
Quando se trata de câncer de cabeça e pescoço, o tratamento depende da localização, estágio do câncer, saúde geral do paciente e outros fatores específicos. A seguir, apresentamos as principais opções de tratamento, além de algumas abordagens inovadoras e menos invasivas. Vamos dar uma olhada?
Cirurgia:
A cirurgia é, geralmente, o primeiro passo no tratamento do câncer de cabeça e pescoço. O objetivo é que o tumor e uma margem de tecido saudável sejam removidos ao seu redor para garantir que todas as células cancerígenas sejam eliminadas. Dependendo da localização e extensão do câncer, diferentes tipos de cirurgia podem ser realizados, incluindo ressecção endoscópica, glossectomia, mandibulectomia e laringectomia.
Radioterapia:
A radioterapia utiliza radiação de alta energia para destruir células cancerígenas. Pode ser utilizada como tratamento primário, adjuvante (após cirurgia) ou paliativo (para aliviar sintomas em estágios avançados). A radioterapia externa é a forma mais comum, onde uma máquina direciona radiação para o local do tumor. A braquiterapia, uma forma interna de radioterapia, envolve a colocação de fontes radioativas diretamente no tumor ou próximo a ele.
Quimioterapia:
A quimioterapia utiliza medicamentos para destruir células cancerígenas. Pode administrá-la por via oral, intravenosa ou diretamente no tumor. Geralmente, a usam em combinação com radioterapia (quimiorradioterapia) para melhorar a eficácia do tratamento. Em casos de metástase ou câncer avançado, a quimioterapia pode ajudar a controlar o crescimento do tumor e aliviar sintomas.
Tratamentos inovadores e menos invasivos:
Nos últimos anos, tratamentos inovadores têm emergido, oferecendo novas esperanças para os pacientes. A terapia-alvo, por exemplo, utiliza medicamentos que atacam especificamente as células cancerígenas, minimizando os danos às células saudáveis. A imunoterapia, por sua vez, estimula o sistema imunológico do paciente a reconhecer e combater as células cancerígenas. Além disso, técnicas minimamente invasivas, bem como a cirurgia robótica assistida, permitem a remoção precisa dos tumores com menos danos aos tecidos circundantes e uma recuperação mais rápida.
Julho amarelo e verde
Enfrentar a possibilidade de um diagnóstico de câncer de cabeça e pescoço pode ser assustador, mas é importante lembrar que a detecção precoce oferece excelentes chances de cura. Quando diagnosticado nas fases iniciais, as taxas de sucesso no tratamento são extremamente altas, proporcionando uma recuperação mais rápida e eficaz. Portanto, se você notar qualquer sintoma persistente ou anormal, procure um profissional de saúde imediatamente.
Porém, ao mesmo tempo, não se precipite em tirar conclusões antes do diagnóstico definitivo. Muitas condições benignas podem apresentar sintomas semelhantes, e apenas um exame completo pode fornecer um diagnóstico preciso. Lembre-se de que a melhor abordagem é sempre informar-se e buscar orientação médica especializada.
En, aproveitando, neste mês de julho, conhecido como Julho Amarelo e Verde, destacamos a importância da conscientização sobre o câncer de cabeça e pescoço e as hepatites virais. Este é um momento ideal para reforçar a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento adequado dessas condições. A Campanha Julho Verde dedica-se a alertar a população sobre os sinais e sintomas do câncer de cabeça e pescoço, enquanto o Julho Amarelo foca na prevenção e controle das hepatites virais.
Na Nova Medicamentos, estamos comprometidos em fornecer informações e recursos que possam ajudar você a cuidar melhor da sua saúde. Para isso, nossa equipe está sempre à disposição para oferecer suporte e orientar sobre os melhores tratamentos disponíveis.
Portanto, visite nosso site e acompanhe nosso blog para mais informações e atualizações sobre saúde e bem-estar.
Juntos, podemos fazer a diferença na luta contra o câncer e outras doenças. Afinal, estamos aqui justamente para ajudar você a alcançar uma vida mais saudável e plena!
Leia também: Luta contra o câncer: conheça a história inspiradora de Rosana
Fique Conectado