O câncer das vias biliares, chamado de colangiocarcinomas, pode acometer diferentes localidades do fígado, sendo que a gravidade e tipo de tratamento variam de acordo com a classificação que recebem.
Os colangiocarcinomas são tumores malignos raros que acometem os ductos biliares. Trata-se do canal que liga o fígado e a vesícula biliar ao intestino, sendo por onde a bile, que é produzida no fígado, chega ao intestino delgado para atuar no processo de digestão.
Existem canais biliares dentro e fora do fígado, sendo que os internos são menores e estreitos para drenar a bile das células hepáticas. Conforme saem do fígado vão se unindo em canais mais espessos para fazer o trajeto até o intestino.
Quais os tipos de câncer das vias biliares?
Entendendo as divisões do fígado é possível ver três seções centrais, e a localização do colangiocarcinoma nessa estrutura determina a classificação da patologia e interfere diretamente nos tratamentos mais apropriados.
Colangiocarcinoma intra-hepático
O colangiocarcinoma intra-hepático localiza-se nos canais diminutos localizados dentro do fígado. Por isso esse tipo da doença representa cerca de 5 a 10% dos casos de câncer das vias biliares.
Dessa forma o tratamento do câncer das vias intra-hepáticas é cirúrgico, demandando a remoção da parte do fígado acometida pelo tumor, sendo o procedimento chamado de hepatectomia parcial.
Colangiocarcinoma perihilar
O colangiocarcinoma perihilar, conhecido também como tumor de Klatskin, é diagnosticado quando o tumor localiza-se no local onde o ducto biliar deixa o fígado. Então trata-se do ponto no qual os muitos canais biliares intra-hepáticos menores formam um ducto comum e de maior calibre.
Esse é o tipo mais comum de câncer das vias biliares, dessa forma correspondendo a cerca de dois terços de todos os casos de colangiocarcinomas.
O tratamento do tumor de Klatskin também é cirúrgico, no entanto é um procedimento mais complexo e que demanda experiência e habilidade do cirurgião responsável.
Nessa cirurgia oncológica pode ser necessário remover parte do fígado, ducto biliar, vesícula biliar e gânglios linfáticos.
Além disso, em alguns casos demanda-se ainda a remoção de parte do pâncreas e do intestino delgado, portanto, trata-se de um procedimento extremamente invasivo.
Colangiocarcinoma distal
O colangiocarcinoma distal corresponde aos casos nos quais o tumor acomete a extremidade final do ducto, onde o canal chega ao intestino delgado. Aproximadamente 25% dos cânceres das vias biliares têm essa localização.
Na cirurgia para colangiocarcinoma distal é recorrente a necessidade de o cirurgião remover parte do pâncreas e do intestino delgado. Tal abordagem é conhecida como procedimento de Whipple e consiste em uma operação de extrema complexidade.
Quando buscar suporte médico no caso de câncer das vias biliares?
Um dos aspectos difíceis no caso do colangiocarcinoma intra-hepático, perihilar e distal é que o quadro é assintomático nos estágios iniciais da patologia. Em geral, o diagnóstico é tardio, dificultando o tratamento e aumentando a complexidade do caso. Em estágios mais avançados os sinais incluem:
- Falta de apetite resultando em perda de peso;
- Mal-estar, febre e calafrios;
- Coceira corporal;
- Fezes esbranquiçadas;
- Desconforto abdominal, com uma dor que pode surgir nas costas;
- Icterícia, que consiste em coloração amarelada da pele;
- Hepatomegalia;
- Massa abdominal palpável.
É comum que o diagnóstico do colangiocarcinoma só ocorra após o tumor obstruir as vias biliares, resultando em quadros intensos de icterícia. Nesses casos, o suporte médico deve ser rápido para diagnóstico da condição e encaminhamento do tratamento.
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