O mês de agosto é todo dedicado a um assunto muito importante e que deve ser evidenciado, não apenas entre as mamães, mas também na família, com os amigos, no trabalho, na faculdade e em todo lugar: a amamentação.
Isso porque, apesar de ser um dos atos mais naturais e saudáveis para mulheres e crianças, a amamentação ainda é um assunto considerado tabu para muita gente e que tem causado sofrimento entre as mamães, especialmente as de primeira viagem que, por algum motivo, não conseguem amamentar seus filhos ou oferecer a eles o leite materno.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o recomendado é que a amamentação comece logo após o nascimento do bebê, seja a única forma de alimentação da criança pelos primeiros seis meses de vida e que continue como suplemento alimentar até pelo menos os dois anos. Isso porque o leite materno é um alimento completo, que sustenta todas as necessidades nutricionais do bebê nos primeiros meses, reforça o sistema imunológico e evita o desenvolvimento de diversas doenças.
No entanto, de acordo com estudo divulgado pela Famivita, 19% das mães brasileiras não conseguem amamentar todos os seus filhos. As causas são as mais diversas, desde dores durante o ato até doenças ou questões psicológicas. Independentemente do motivo que impeça a amamentação, a questão é que a impossibilidade causa sensação de culpa, diminuição do reconhecimento como mãe, quadros de ansiedade e depressão.
A tudo isso deve ser somado as críticas por familiares e pessoas próximas, pressão médica e campanhas que comunicam a amamentação como um ato exclusivo de amor e uma obrigação por parte da mãe. Nesse sentido, algo que deveria ser natural se torna a causa de muito sofrimento para mulheres em todo o mundo.
Qual a importância da amamentação?
Que a amamentação é de extrema importância para a saúde, tanto do bebê quanto da mãe, é um fato indiscutível. Além de ser a única fonte de nutrientes do bebê nos primeiros meses de vida, como forma exclusiva de alimentação, o leite materno também é o responsável por fornecer anticorpos contra várias doenças. Já para as mamães, a amamentação evita o desenvolvimento de vários tipos de câncer e ajuda a controlar o peso após a gestação, entre outros benefícios.
Entretanto, há uma série de fatores que influenciam na capacidade da mãe amamentar e do bebê aceitar o leite materno. Nem sempre o problema está na produção do leite ou possibilidade de oferecer o peito à criança, em alguns casos o próprio bebê desenvolve intolerância ao leite materno, não consegue fazer a pega correta etc.
Cada caso é um caso e, por isso, deve ser tratado de forma individual e consideradas todas as suas particularidades. Apesar do auxílio do médico responsável pelo caso e de um nutricionista ser fundamental, é preciso oferecer também à mãe o suporte psicológico nessa fase.
Amamentar é sim um ato de amor, mas isso não significa que as mães que não amamentam não sintam o mesmo amor ou tenham a mesma consideração por seus filhos. Da mesma forma, apesar de a amamentação deixar mamãe e bebê mais próximos, criando um vínculo único, não amamentar não significa que mamãe e bebê não tenham uma ligação.
É preciso muito cuidado mesmo em campanhas a favor da amamentação, com as melhores intenções. A forma de falar e comunicar a importância e benefícios desse ato deve levar em consideração, em cada etapa, a realidade emocional de quem, por qualquer motivo, não pode. Portanto, se a mamãe pode amamentar, é preciso ressaltar a importância de oferecer o leite materno e pelo tempo que for possível. Porém, se não for possível, há outras formas de manter o bebê alimentado e saudável e em nada interfere na relação com os filhos e no exercício da maternidade.
Confira 5 fatos que você deve saber sobre amamentação
Se você é mamãe de primeira viagem (de segunda ou terceira), ou é amigo(a) ou familiar de uma mamãe, é muito importante que saiba os principais fatos sobre a amamentação e sua importância. Dessa forma, é possível não só compreender melhor sobre essa fase da vida da mulher, como também oferecer apoio e suporte sempre que necessário.
Quer saber mais? Então confira abaixo!
1. Não há horário certo para amamentar
Qual mãe nunca ouviu aquela história de que precisa regular os horários da amamentação? Ou mesmo que oferecer o peito sempre que o bebê pedir vai deixá-lo mimado? Nada disso é verdade e está muito longe do que a comunidade médica recomenda. Na verdade, nenhuma mamãe deveria ouvir esse tipo de comentário. Isso porque quando, como e onde amamentar deve ser uma decisão da mãe, levando em consideração as necessidades dela e da criança.
Não há horário certo para amamentar e nem uma quantidade limite de vezes. A amamentação é recomendada em qualquer momento do dia e sempre que o bebê estiver com fome a mãe se sentir disposta. A isso chamamos de amamentação em livre demanda e se trata de um hábito muito saudável.
2. O leite materno é sempre bom
Outro comentário muito desagradável que a maioria das mães ouve é: “seu leite não é bom, o bebê está abaixo do peso ou nunca está satisfeito”. Além de ser um comentário indelicado e cruel, não poderia estar mais longe da verdade. Não existe essa história de “leite materno ruim” ou “leite materno insuficiente”.
Toda mãe que amamenta produz o leite que a criança precisa. Por isso, se há a impressão de que o bebê não está satisfeito ou que o leite é “fraco”, é necessário consultar um médico pediatra para as orientações corretas de como fazer a pega e como avaliar se o bebê tem se alimentado adequadamente.
Isso porque o problema não está na qualidade do leite, mas em alguns hábitos que, se delicadamente corrigidos, podem tornar a amamentação muito mais fácil e tranquila.
3. O leite é uma vacina natural
Já falamos mais acima sobre como o leite materno fornece os primeiros anticorpos do bebê e como a amamentação mantém a criança protegida nos primeiros anos de vida. Mas o que nem todo mundo sabe é que o leite da mãe, além de todos os nutrientes, também funciona como uma vacina natural.
Já foi comprovado que muitos anticorpos produzidos no corpo da mãe são transmitidos ao bebê por meio da amamentação. Estudos mais recentes, publicados por pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo, atestam que anticorpos da Covid-19, adquiridos por meio da vacina, podem ser encontrados também no leite materno.
4. Amamentar ajuda na recuperação pós-parto
Dentre os principais hormônios produzidos na amamentação, encontramos a ocitocina. Esse hormônio, responsável pelas contrações do útero durante o parto, ajuda na recuperação do pós-parto e acelera o que chamamos de “volta do corpo ao normal”.
A amamentação frequente também influencia na perda de peso, controla o sangramento e evita dores logo nas primeiras semanas após o nascimento do bebê.
5. O Banco de Leite Humano é seguro e um suporte para mamães e bebês
O Banco de Leite Humano coleta, processa, armazena e distribui leite humano a bebês que precisam, especialmente aqueles que são prematuros ou estão abaixo do peso recomendado. Mas muito além disso, o BLH também oferece todo o suporte às mães, com orientações sobre amamentação e atendimento.
Contribuir para o Banco de Leite Humano, sempre que possível, é um ato de amor e salva muitas vidas!
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