Nos últimos meses temos ouvido falar sobre importância da medicina e os desafios enfrentados pelos médicos, que se colocaram à frente no combate ao novo coronavírus. Diversos profissionais da saúde têm arriscado suas vidas e dedicado todos os esforços para garantir o bem-estar geral.
A Nova Medicamentos reconhece todo o esforço e dedicação desses profissionais e, por este motivo, dedicamos um tempo para falarmos sobre a importância da medicina na história da humanidade e o valor de cada profissional da área da saúde.
A importância da medicina na construção de uma sociedade
A medicina está cada vez mais dividida em especializações e em áreas de atuação, embora seja comum ouvir que elas diminuem o campo de visão do médico. Frequentemente se ouve comentários onde muitos duvidavam do conhecimento total da ciência médica, que os antigos “médicos de família” possuíam, dando a ideia de que a especialização é algo bastante recente, fruto da atualidade de nosso tempo.
Não é bem assim, pois na Antiguidade, alguns milênios antes de Cristo, os egípcios já possuíam médicos especialistas conhecidos como os papiros. No Antigo Egito, havia médicos especialistas em moléstias oculares, que realizavam cirurgia de catarata; em moléstias de vias respiratórias, entre outras.
Na China, as instituições descrevem a organização hierárquica dos médicos, o que, de certo modo, era uma especialização. Havia cinco categorias: médico chefe, que era responsável pela coleta de medicamentos e examinava outros médicos; o médico “dietólogo”, que receitava as seis classes de alimentos e bebidas; médico para enfermidades simples, como dores de cabeça, resfriados, feridas menores, etc.; médico de úlcera, que às vezes eram cirurgiões; e o médico de animais, hoje conhecidos como veterinários.
Na Grécia, onde a medicina ganhou fama, e em Roma, não havia especialistas como entendemos hoje. Os médicos exerciam a clínica e a cirurgia concomitantemente. Entretanto, havia aqueles engajados no exército que acabavam por “especializar-se” mais no tratamento dos traumas de guerra.
Após a queda do Império Romano, na Idade Média, o conhecimento médico desmoronou e teve sua evolução estagnada. A medicina ocidental passou a ser exercida dentro dos conventos da Europa, guardada por monges que se limitaram ao que havia sido deixado por Hipócrates, na Grécia, e por Galeno, em Roma.
Dentro dos conventos praticava-se a clínica e alguns procedimentos cirúrgicos. O panorama começaria a melhorar ao final da Idade Média e a partir do Renascimento, com o surgimento das faculdades de medicina e universidades na Europa. Vale lembrar, também, a presença dos árabes na Europa Medieval, com sua influência e avanços na medicina.
Os hospitais árabes, chamados “casa dos doentes”, eram superiores aos ocidentais daquela época em higiene, limpeza e organização, como o Al-A’dudi, em Bagdá; Al-Mansuri, no Cairo; o de Gundihaspur, na Pérsia; Al-Nuri, em Damasco; e o de Marrakech, no Marrocos. Alguns eram divididos em áreas para doenças abdominais, cirurgia, dermatologia, oftalmologia, doenças psicológicas, ossos e fraturas, entre outras.
A popularização das especializações médicas
Os médicos ou os que desejavam tornar-se médicos foram atrás da especialização a partir do século 18, com o avanço da ciência em todos os campos. Os novos estudos e descobertas ampliaram os horizontes da medicina. As especialidades surgiram como fruto da evolução do conhecimento, pois o homem, no curto espaço de sua vida, não teria mais possibilidade para dedicar-se integralmente a todos os ramos da ciência, que crescia a cada dia.
A Cardiologia nasce naquele século com os trabalhos de Giuseppe Testa, na Itália; mas foi o clínico francês Jean Nicholas Corvisart o primeiro a autodenominar-se especialista em coração, tendo sido médico de Napoleão Bonaparte.
No mesmo século, surge ainda a Obstetrícia, a Pediatria e a Endocrinologia. Os estudos físicos sobre a luz e a cor proporcionam o aparecimento da oftalmologia. Outras especialidades foram aparecendo no decorrer do século 19.
No começo do século 20, após a Primeira Guerra, observou-se a necessidade de formação de profissionais dedicados à reconstrução corporal, à reparação humana. A cirurgia plástica, que vinha sendo exercida desde o início da humanidade, tornou-se então uma especialidade.
As especialidades no Brasil
No Brasil, até meados do século 20, o médico intitulava-se especialista quando se julgava apto para tanto, após ter feito sua formação acompanhando alguém mais experiente ou trabalhado em um serviço especializado de um hospital. Não havia, ainda, uma regulamentação específica nesse sentido. A Residência Médica só aparece a partir dos anos 40.
Apenas após a criação do Conselho Federal de Medicina e Conselhos Regionais, pelo decreto lei 7.955, de 1945, regulamentado pela lei 3.268, de 1957, e da Associação Médica Brasileira, em 1951, virá a normatização e, mais tarde, o título de especialista emitido pelas Sociedades de Especialidades, em convênio com a AMB.
Hoje, o Conselho Federal de Medicina, por meio da resolução 2005/2012, reconhece 53 especialidades e 54 áreas de atuação em Medicina, que são as subespecialidades.
A especialização, portanto, nasceu da necessidade frente à expansão e diversificação do conhecimento médico, qual um tributo ao progresso da ciência. O saudosismo do antigo “médico de família”, que adentrava os lares e cuja simples presença já era fator de cura, tem seu lugar, tanto que há, inclusive, entre as especialidades reconhecidas, a Medicina de Família e Comunidade. Seria impossível para o médico congregar todo o conhecimento da medicina atual.
Contudo, hoje sabemos a importância da medicina em nossas vidas. Pois ela é capaz de solucionar desde um simples problema alérgico, a uma grande e delicada cirurgia. Devemos ser muito gratos a esses profissionais que praticamente colocam sua saúde e vida em risco para cuidar de outras pessoas.
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